
O Secretário Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos desafiou as autarquias a testarem e actualizarem os respectivos Planos Municipais de Protecção Civil porque, referiu, “os planos são instrumentos inacabados, devem por isso ser sujeitos a revisões periódicas porque os riscos alteram-se”.
José Contente referiu ainda que é fundamental que os próprios Serviços Municipais de Protecção Civil colaborem com os exercícios do Serviço Regional de Protecção Civil e promovam inclusive simulacros autónomos, de acordo com as suas atribuições e competências.
O governante, que falava na conferência de imprensa de apresentação do Exercício “Açor”, destacou a importância da articulação com os diferentes agentes de Protecção Civil açorianos, constatando que só com a integração de todas essas forças é que a resposta, em casos de emergência, pode ser melhorada.
O Exercício “Açor”, que este ano decorrerá no concelho de Vila Franca do Campo, nos dias 15, 16 e 17 de Outubro, irá testar a capacidade de resposta a um acidente grave ou catástrofe, envolvendo derrocadas e enxurradas, visando averiguar o funcionamento do Sistema Integrado de Comunicação e Gestão de Avisos e Alertas (SICGAS), os procedimentos a seguir e equipamentos a utilizar, a integração entre as diferentes entidades e as comunicações entre a Protecção Civil, Forças Armadas e radioamadores, etc.
“Este é um exercício anual e nós temos vindo a melhorar os cenários e a capacidade de resposta. Estamos a adequar a nossa capacidade de resposta à experiência real que nos tem acontecido, e este enriquecimento representa uma mais-valia para o Serviço Regional de Protecção Civil e para a segurança das populações”, acrescentou José Contente.
O representante máximo da Protecção Civil açoriana anunciou o próximo exercício, que decorrerá no dia 21 de Novembro na ilha Terceira, que terá como cenário a queda de um avião num espaço fora do aeroporto. “O Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) continua a atribuir uma importância fundamental a este tipo de treino com aqueles que, em situações reais, são os primeiros a serem chamados para socorrer”, referiu.
A tutela sublinha ainda o mérito e a elevada capacidades de resposta do SRPCBA, reconhecidos a nível nacional e internacional. Recorde-se que foi o Serviço de Protecção Civil açoriano que representou o país num importante exercício que ocorreu na Itália, onde as forças de segurança civil participaram num teatro de operações que tinha como cenário uma erupção vulcânica.
Este profissionalismo reconhecido resulta, entre outros factores, de um sistema de protecção civil ajustado ao tipo de riscos mais prementes nos Açores, e também pelo forte investimento do Governo Regional para dotar o SRPCBA com os melhores equipamentos e infra-estruturas, a par de formação específica e qualificação dos bombeiros.
Só nos últimos cinco anos o executivo açoriano investiu 16,5 milhões de euros em infra-estruturas, mais de 18 milhões de euros na formação do pessoal, sobretudo do transporte terrestre de emergência. Outras das valências importantes foi o equipamento das corporações de bombeiros com a aquisição de viaturas, nomeadamente 42 ambulâncias de socorro, num montante superior a cinco milhões de euros, além da aposta na sensibilização e formação da população.
“O Governo dos Açores leva muito a sério a questão da Protecção Civil porque todos os anos reconhecemos a necessidade da prontidão daqueles que fazem a primeira linha da Protecção Civil e dos que coordenam as respostas que têm que ser eficazes, para minimizar os riscos e poder socorrer em segurança as populações”, concluiu José Contente.
GaCS/VS
Sem comentários:
Enviar um comentário