Texto integral da intervenção do Secretário Regional da Saúde, Miguel Correia, proferida hoje, em Ponta Delgada, na sessão comemorativa dos seis anos do Ciclo Básico de Medicina da Universidade dos Açores:
“A presença do Secretário da Saúde significa exactamente isso. O reconhecimento do governo pelo papel da Universidade açoriana, neste caso particular, no ensino de medicina na Região.
A Universidade dos Açores afirma-se assim, como fazendo parte integrante e activa desta autonomia. Com a universidade construiu-se a estrutura humana que hoje constitui parte significativa da Administração Pública, acrescentou-se conhecimento científico e consolidou-se o avanço das tecnologias e, ainda, o enriquecimento dos quadros da educação e da Saúde, primeiro na área de enfermagem e agora na de medicina.
A Universidade é, assim, hoje uma âncora firme da autonomia e um sólido alicerce do saber e da cultura no arquipélago.
Em cada momento os seus responsáveis têm sabido encontrar soluções para dar resposta às necessidades formativas da região inovando e adaptando-se às necessidades do mercado de trabalho, sem a instituição se afastar da génese que faz dela uma academia.
Foi o que aconteceu ao implementar os primeiros dois anos de medicina que agora são alargados para três anos iniciais.
Esta foi uma resposta à lacuna de quadros médicos na Região.
A falta de clínicos, sobretudo em algumas áreas, tem sido um problema constante no país e de modo particular na Região. Mesmo com bons incentivos que o Governo dos Açores tem criado, mesmo com a nossa qualidade de vida, não tem sido fácil fixar médicos.
Esta foi uma aposta mais sólida com vista a preencher os quadros em falta no Serviço Regional de Saúde, como os lugares que ficarão vagos com a passagem à reforma de alguns profissionais.
Neste momento, podemos dizer que esta foi uma aposta ganha. Ganha pela Universidade e, consequentemente, ganha pela Região Autónoma dos Açores.
Se atendermos a que já estão em formação, cerca de 210 alunos, e se muitos desses médicos optarem por trabalhar nos Açores, tal como se espera, podemos acreditar que nos próximos 3 a 5 anos, veremos resolvida uma parte importante das necessidades de profissionais no Serviço de Saúde nos Açores.
Certamente que muitos serão levados pelo chamamento dos grandes centros. Outros, que vieram do continente português, pela proximidade da terra natal e dos familiares.
Mas o contacto com os serviços de saúde da Região, o tempo que aqui passaram e os laços que porventura criaram, poderão ser importantes incentivos para a escolha destas ilhas para local de trabalho.
E assim, ao mesmo tempo que se colocam os Açores na linha da frente das tecnologias no sector da saúde, se cimenta no campo humano o conhecimento e a ética.
É que, quem entra agora numa vida profissional na área da saúde não vai apenas desempenhar uma função técnica, num dos três hospitais ou num centro de saúde da Região.
Vai servir os cidadãos. E não é pequena a responsabilidade que esse acto carrega.
Por isso a todos vós e aos responsáveis pelo projecto académico nos seus vários níveis, fica o registo de um importante serviço à Região.
Neste âmbito se inclui naturalmente a prestação do Hospital do Divino Espírito Santo e do Centro de Saúde de Ponta Delgada, cujos profissionais ministraram as aulas práticas e também desse modo fizeram parte integrante do projecto. Naturalmente isso constituiu um motivo de orgulho e enriqueceu de forma indelével a missão destas unidades de saúde.
Ao Dr. Nuno Silva, as minhas felicitações, pelo resultado alcançado no seu curso.
A todos os 16 alunos que agora concluíram o curso e a todos os que venham a formar-se, apenas formulo um desejo: que tenham uma vida cheia de felicidade e com muito êxito profissional.”
GaCS/RC
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