quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Acordo de concertação não é a solução que o país precisa



O Vice-presidente do Governo dos Açores considerou hoje que o acordo de concertação celebrado na passada semana não é “a solução”, é apenas “um passo” dos muitos passos que ainda faltam dar “para que o País possa voltar a crescer”.



A ideia foi avançada por Sérgio Ávila na Assembleia Legislativa, durante o debate de urgência suscitado pelo Bloco de Esquerda sobre a assinatura do acordo tripartido “compromisso para o crescimento, competitividade e emprego”.


Para Sérgio Ávila, “falta neste acordo um sentido de política para o crescimento e um sentido estratégico que transmita mais segurança aos agentes económicos”, razão pela qual considera que o mesmo “não é a solução para o País nem será talvez uma boa solução de conjuntura para os portugueses”.


“Seria bom que neste acordo houvesse mais estratégia de crescimento em vez de tanta austeridade, era bom que neste acordo houvesse mais segurança para os trabalhadores onde está mais desregulação da relação laboral”, exemplificou o governante açoriano.


Na opinião de Sérgio Ávila, este acordo irá representar também “um esforço e um sacrifício essencialmente assente nos trabalhadores por conta de outrem, que terão menos rendimento, mais trabalho e verão flexibilizada a possibilidade de despedimentos”.


O Vice-presidente do Governo admitiu, todavia, que o acordo agora celebrado poderá “potenciar soluções futuras que aproxime mais vontades, que fomente mais convergências para construirmos, em conjunto e com maior participação de todos os parceiros, uma verdadeira estratégia para o crescimento e para a sustentabilidade nacional”.


Além do mais, acrescentou Sérgio Ávila, este acordo tem também “um aspecto positivo no sentido de criar maior estabilidade aos investidores, maior confiança nos mercados externos e de poder potenciar a dinamização da economia empresarial”.


Como pontos positivos, o governante destacou o facto da celebração do acordo dar “um bom sinal à economia empresarial nacional e internacional”, ser “um factor de estabilidade para os investidores” e permitir “reforçar a confiança dos mercados externos na nossa economia”.


Já como pontos negativos, Sérgio Ávila disse que o acordo é “excessivamente penalizante para a maioria dos trabalhadores por conta de outrem” e”demasiado confinado às dificuldades financeiras conjunturais”.


No entanto, a principal crítica do Governos dos Açores reside no facto do acordo não assentar “numa estratégia para o crescimento, para o emprego e para a competitividade” e de assumir, “como fatalidade incontornável”, que Portugal em 2013 irá registar “a maior taxa de desemprego de sempre (14,2%)” e o “maior nível de recessão económica (3,1%)”.



GaCS

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