terça-feira, 3 de maio de 2016

Intervenção do Presidente do Governo

Texto integral da intervenção do Presidente do Governo, Vasco Cordeiro, proferida hoje, em Ponta Delgada, na cerimónia de assinatura do Memorando de Entendimento entre o Governo dos Açores e o Governo da Bermuda:

“É com muita satisfação que, enquanto Presidente do Governo, acabo de proceder à assinatura deste Memorando de Entendimento entre o Governo dos Açores e o Governo da Bermuda que assinala e dá início a uma nova etapa num relacionamento sedimentado desde 1849, através de uma grande ponte humana entre estes dois territórios atlânticos.

Premier Dunkley, let me start by addressing a few words in english to you and your delegation, on behalf of the Azores and the Azorean People.

It is a true honour for me, as President of the Government of the Azores, to welcome you and to sign this Memorandum of Understanding between our two Governments, which will also bring – I’m sure – our Peoples and territories closer together.

Bermuda and the Azores share a long history, built on a very strong human dimension.

Today, with this Memoradum, we add a new political and institutional dimension to that long human history, showing also the commitment of both our Governments to strengthen the ties and the cooperation in areas that are dear and important for our territories and people, such as the sea, conservation of marine and land environments, sustainable development, as well as enhancing the relations between training, research and teaching institutions and the exchanges of students, teachers and researchers of the Azores and Bermuda.

This is not the end of the process, but rather the beginning of a new road for a stronger era of cooperation between the Azores and Bermuda, that will require the same commitment, effort and hard work that has characterized the Azorean immigration thus far.

It is indeed an honour to receive you in this first official visit to the Azores and I hope that by the end of it, we can already schedule future visits and actions that will give full implementation to the measures we have set up to develop with this Memorandum of Understanding.

Este é, efetivamente, um momento de grande significado institucional e político, que consagra a amizade entre os nossos Povos, que honra uma história de relacionamento com mais de um século e meio de existência e que, no fundo, esbate distâncias e aproxima os dois lados do Atlântico Norte.

Este ato é, por isso, e em si mesmo, também uma homenagem aos milhares de Açorianos que, desde a primeira metade do século XIX, rumaram à Bermuda, contribuindo para o seu desenvolvimento económico, social e cultural, e que leva a que, hoje, cerca de 20 a 25% dos seus habitantes tenham sangue português – o mesmo será dizer, Açoriano – a correr nas suas veias.

Ano após ano, a Identidade Açoriana foi crescendo no seio da comunidade portuguesa da Bermuda, não como antítese, mas como complemento essencial na sua valorização e no seu relacionamento com outros povos e culturas.

A criação recente da Casa dos Açores da Bermuda, instituição que incide a sua atividade na promoção da nossa Região e das nossas particularidades nesse território, é um reflexo disso mesmo e merece, de igual modo, o nosso apreço e admiração pelo contributo na afirmação da `Açorianidade´ naquele território.

Esta vontade do nosso Povo na Bermuda é acarinhada pelo Governo dos Açores, através da concretização de projetos comuns, como seja o apoio à Escola Portuguesa da Bermuda desde 2004, num esforço que queremos manter de promoção da nossa Língua nesse arquipélago, como seja, também, a doação de material didático e cultural, de duas bibliotecas com mais de 500 livros cada, sobre a história, a geografia e cultura dos Açores ao Bermuda College e à Biblioteca Nacional da Bermuda, bem como um conjunto de outro material didático à Warwick Academy, uma das mais reputadas escolas privadas da Bermuda, com cerca de 700 alunos.

Prestamos, assim, homenagem não apenas aos Açorianos que, ao longo de décadas e de gerações, escolheram a Bermuda para viver e para trabalhar, mas também a todos aqueles que, na Bermuda, sendo descendentes, ou não, de Açorianos gostariam de conhecer melhor os Açores.

Este é, também, um documento que nos fala do presente e do futuro, na medida em que procede ao enquadramento da cooperação que devemos agora aprofundar entre os nossos dois Governos, mas que se estende ainda a instituições das nossas sociedades civis, identificando áreas, apontando caminhos e definindo objetivos que possam contribuir para uma nova etapa neste relacionamento.

Este Memorando representa, assim, uma vontade recíproca de nos conhecermos melhor, de aprendermos com os sucessos, mas também com os desafios que os nossos arquipélagos enfrentam, colhendo para as nossas Regiões e em benefícios dos nossos Povos os ensinamentos, as experiências que resultem desta situação.

A relação afetiva entre os Açores e a Bermuda ganha, hoje, um novo enquadramento institucional e político com a assinatura deste Memorando.

Queremos que esta relação seja, cada vez mais, revigorada e dinâmica entre os dois Governos e entre os dois Povos.

A sua presença aqui, Premier Dunkley, constitui um motivo de grande orgulho para nós, pois representa o respeito pela nossa comunidade residente no arquipélago e reconhece a importância que teve, tem e, certamente, continuará a ter para o progresso da Bermuda, bem como a utilidade e importância política e institucional deste relacionamento entre as duas Regiões.

Muito obrigado.”



GaCS

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