segunda-feira, 16 de maio de 2016

Vasco Cordeiro defende méritos e capacidade da Autonomia para servir o Povo Açoriano

O Presidente do Governo afirmou hoje que a Autonomia Regional constitui o instrumento por excelência para a afirmação do Povo Açoriano, alertando, por isso, para os riscos de se colocar em dúvida o seu sucesso, a sua importância e os resultados que garantiu para a Região ao longo dos últimos 40 anos.

“Tomando como referência a nossa história, ninguém hoje poderá questionar que estes 40 anos de Autonomia correspondem ao ciclo de maior desenvolvimento, de maior progresso, de maior coesão regional e territorial, de reforço, inclusive, da nossa identidade coletiva, assim como, e não menos importante, de efetiva promoção de igualdade de oportunidades”, afirmou Vasco Cordeiro, na sessão solene comemorativa do Dia da Região Autónoma dos Açores, que decorreu em Vila Franca do Campo.


Nas comemorações oficiais, que incluíram a imposição das Insígnias Honoríficas Açorianas a 38 personalidades e instituições, o Presidente do Governo salientou ainda que em causa está a celebração de uma Autonomia plural e democrática que alcançou resultados concretos em benefício do Povo Açoriano e resultante da sua vontade, democraticamente, expressa.

“É por isso, é nessa perspetiva, que não há, nem pode haver, paternidades privilegiadas ou acrescidas legitimidades fundacionais que não comecem e não acabem no Povo Açoriano”, frisou o Presidente do Governo, ao destacar que é essa Autonomia que constitui a “força motriz e o cimento agregador do Povo Açoriano”, seja no progresso e desenvolvimento económico e social alcançado, seja na crescente consciência da unidade e coesão regionais.

Na sua intervenção, Vasco Cordeiro defendeu que interessa, também, renovar os objetivos e ampliar as possibilidades de ação e de intervenção da Autonomia, apontando as áreas da participação democrática dos cidadãos, do desenvolvimento económico e social, da promoção dos interesses regionais, do reforço da unidade nacional e dos laços de solidariedade entre todos os Portugueses.

Relativamente à participação democrática dos Açorianos, Vasco Cordeiro salientou desafios como o combate a uma abstenção persistente mas, sobretudo, a luta por uma cidadania mais participante, mais empenhada, mais esclarecida nos seus propósitos e exigente nos seus objetivos, comprometida e responsável na sua prática, que não se resuma apenas ao mero ato formal de votar ou à manifestação da opinião ou da crítica.

Depois de salientar que, ao nível do desenvolvimento económico e social, muito já foi alcançado na Região, o Presidente do Governo sublinhou a “ambição e a inquietação de dar respostas a desafios conjunturais” como aqueles que vivem, por exemplo, os agricultores e os pescadores, assim como de aumentar ainda mais a exigência nas respostas e nas soluções para criar mais e melhor emprego, de impulsionar uma maior criação de riqueza e crescimento sustentável.

“Exigência, ainda, nas respostas e nas soluções que devemos garantir, não apenas na construção de escolas, de hospitais ou de centros de saúde, mas também na capacitação dos mesmos e, sobretudo, na sua efetiva capacidade de serem instrumentos de coesão regional, instrumentos do serviço atempado, eficiente e disponível para o nosso Povo em cada uma das nossas ilhas”, preconizou Vasco Cordeiro.

Já quanto à promoção dos interesses regionais, Vasco Cordeiro destacou que não se podem limitar ao contacto e à presença nos ´fora` nacionais ou europeus ou na presença junto das nossas comunidades emigradas, defendendo que a Região deve marcar “presença onde e quando for necessário”, seja no contacto político e institucional com outras entidades, como estados federados ou províncias, seja, como aconteceu recentemente com o processo de redimensionamento da presença norte-americana na Base das Lajes, “assumindo nós mesmos a defesa dos nossos interesses, a defesa da nossa Região junto de outras entidades nacionais”.

“Também no que respeita ao reforço da unidade nacional e dos laços de solidariedade entre todos os Portugueses, a nossa Autonomia deve encontrar novos meios de afirmação e de intervenção, assumindo, com orgulho e de forma destemida, a nossa singularidade, mas tendo também presente, como ainda recentemente tivemos profícuo e feliz exemplo, que esses são valores que devem ser comummente cultivados e valorizados”, disse.

No ano em que se completa a presente Legislatura, que foi “particularmente difícil e exigente” para as famílias e para as empresas, Vasco Cordeiro destacou, por outro lado, os méritos da Autonomia enquanto instrumento para defender o Povo Açoriano, para o servir e para o ajudar.

“É evidente que também nas nossas ilhas se sentiram e, em alguns casos, ainda se sentem, os efeitos nefastos dessa turbulência e dessas perturbações”, disse Vasco Cordeiro, salientando a capacidade que a Autonomia demonstrou de ser o “leme que nos fez ultrapassar, no rumo certo, essa tormenta de uma forma melhor do que aquela que outras partes do nosso País atravessaram”.

“Apoiando, acudindo, mobilizando recursos e vontades, criando e inovando em respostas e soluções que, até ao limite das nossas possibilidades e das nossas competências, ajudaram a fazer a diferença quer para as famílias, quer para os trabalhadores, quer, ainda, para as empresas dos Açores”, disse.

Na sua intervenção, Vasco Cordeiro destacou, por outro lado, a coesão e a paz social que se vive nos Açores, defendendo ser responsabilidade de todos, sobretudo neste ano, um esforço redobrado para se promover um debate vivo, esclarecedor, mas também respeitador.

“Um debate que resista à tentação, por vezes demasiado presente, do ataque soez, da crítica pessoal, do desmerecimento do outro”, disse Vasco Cordeiro, para quem as “Açorianas e os Açorianos exigem e merecem mais”.

Dirigindo-se aos agraciados com as Insígnias Honoríficas Açorianas, o Presidente do Governo considerou que estas são o reconhecimento e o tributo público ao trabalho, à ação e ao contributo para a defesa, para a promoção e para o carinho dispensado aos interesses dos Açores, mas também significam um “exemplo de um Povo que, generoso, reconhece quem o reconhece, acarinha quem o acarinha e promove quem o promove”.



GaCS

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