domingo, 12 de julho de 2015

“Os tempos de desafios que vivemos no setor agrícola, em especial no setor do leite, exigem responsabilidade e verdade”, afirma Fátima Amorim

A Diretora Regional do Desenvolvimento Rural afirmou hoje, em S. Roque do Pico, que “os tempos de desafios que vivemos no setor agrícola, em especial no setor do leite, exigem responsabilidade e verdade”, lamentando que “as intervenções recentes do PSD/Açores, pela boca do deputado Duarte Freitas, não sirvam nem um, nem outro, desses valores”.

“O deputado Duarte Freitas sabe, mas, mesmo assim, não se coíbe de faltar à verdade, que não é a criação de mais estruturas no setor do leite, sejam elas observatórios, centros ou interprofissionais, que resolve os problemas da agricultura, nomeadamente o preço do leite”, frisou Fátima Amorim.

A Diretora Regional, que falava no encerramento do Seminário de Produção de Carne de Bovinos, salientou, por outro lado, relativamente ao ‘lobby’ açoriano, que “basta ver o relatório sobre o leite aprovado pelo Parlamento Europeu há dias para perceber que, independentemente da criação de mais estruturas ou mais cargos, esse ‘lobby’ funciona e produz resultados”, acrescentando que ele “começa por ser assegurado pelos dois deputados que estão no Parlamento Europeu”.

Relativamente ao setor da carne, Fátima Amorim destacou os “resultados obtidos no período de 2007-2013, com a implementação do PRORURAL, em que, do total de jovens que se instalaram na agricultura, 21,4% instalaram-se em bovinicultura de carne”, num investimento “superior a 10 milhões de euros”.

Em 2013, o número de cabeças de gado bovino no arquipélago ascendia a 256 mil, representando aproximadamente 18% do total nacional, sendo que, em termos regionais, as ilhas do Faial e do Pico lideram a produção de carne nos Açores.

A Diretora Regional destacou também a criação da Marca Açores como “um contributo determinante para reforçar a afirmação e a valorização dos produtos açorianos, e da carne em particular, associada que está a uma imagem de qualidade e de excelência da produção regional”.

No que se refere à carne IGP (Identificação Geográfica Protegida), Fátima Amorim salientou que “conta com um agrupamento que regista mais de 400 produtores, sendo que mais de metade se encontra nas ilhas do Pico e do Faial”, que representam, respetivamente, 33% e 20%.

O principal destino são as grandes superfícies (90%), sendo distribuída 14% no mercado regional e 86% no mercado nacional.

Fátima Amorim destacou, ainda, a alteração proposta pelo Governo dos Açores ao POSEI e que foi elaborada em estreita parceria com a Federação Agrícola dos Açores e todas as associações da Região, permitindo, após o sucesso da negociação com Bruxelas, aumentar o número de direitos atribuídos aos produtores detentores de vacas aleitantes e o aumento do valor unitário do prémio que passou para 300 euros por vaca.

O objetivo, segundo afirmou, é “incentivar os produtores a aumentar o seu efetivo de fêmeas de raças vocacionadas para a produção de carne e o aumento de animais abatidos na Região, com alterações ao prémio ao abate e com a introdução de majorações ao prémio de acordo com a idade dos animais abatidos e tendo em atenção o modo de produção adotado, por exemplo, na produção biológica ou de carne dos Açores e IGP”.

“Neste momento, foram distribuídos seis mil direitos de vacas aleitantes aos produtores dos Açores, tendo a maior percentagem sido atribuída às ilhas do Pico e do Faial, respetivamente com 30% e 22%”, afirmou Fátima Amorim.



GaCS

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