Museu Carlos Machado promove conferência sobre “Valorização e Sustentabilidade da Conteira”

A Direção Regional da Cultura, através do Museu Carlos Machado, promove a 15 de julho, pelas 18h00, no Núcleo de Santa Bárbara, em Ponta Delgada, a realização de uma conferência sobre "Valorização e Sustentabilidade da Conteira”.

Esta conferência, que será proferida por Helena Cristina Vasconcelos, Gabriela Meirelles e Roberto Amorim, investigadores da Universidade dos Açores, integra-se no programa de dinamização da exposição "Natureza em Diálogo", tendo entrada livre.

A década de 50 do séc. XX, segundo os autores da conferência, marcou “o início de uma abusiva utilização dos polímeros (plásticos) sintéticos, feitos à base de átomos de carbono oriundos do petróleo, em particular, para a produção de embalagens”, salientando que a estrutura atómica dos plásticos “faz deles materiais muito resistentes e, ao mesmo tempo, flexíveis, tornando-os extremamente versáteis, mas também muito difíceis de reciclar, constituindo, por isso, uma séria ameaça para o ambiente”.

“O esgotamento, estimado nos próximos 100 anos, dos combustíveis fósseis, exige que se procurem urgentemente alternativas aos plásticos sintéticos. Compósitos naturais, com base nas folhas de plantas, podem oferecer benefícios alternativos às embalagens de plásticos, nomeadamente por serem biodegradáveis e, por conseguinte, promoverem um crescimento sustentável”, acrescentam aqueles investigadores.

Neste quadro, a Universidade dos Açores tem promovido investigação numa “geração de produtos inspirados na natureza, feitos a partir de matérias-primas renováveis, tais como folhas de plantas, para substituir as atuais embalagens de plástico em polipropileno, espumas de poliestireno, etc”.

“Tendo em conta que, até 2020, decorrerá a eliminação progressiva do uso de sacos de plástico descartáveis, incluindo também a proibição dos que contêm metais pesados, as folhas da Conteira (Hedychium Gardnerianum), planta nativa dos Himalaias mas introduzida há vários anos nos Açores, têm um grande potencial no desenvolvimento de biocompósitos e de produtos recicláveis”, salientam os investigadores, acrescentando que, depois de um processamento adequado, aquelas folhas “aumentam a sua resistência mecânica e adquirirem a forma final do objeto” que se deseja.

A Direção Regional da Cultura informa que este e outros eventos estão disponíveis para consulta na Agenda Cultural do Portal CulturAçores, no endereço eletrónico:www.culturacores.azores.gov.pt.

GaCS