quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Governo Regional reforça apoio à RTP-Açores


O Secretário Regional da Presidência anunciou hoje que o Governo dos Açores, apesar do quadro da situação presente, que é de “contenção das verbas existentes”, no ano de 2012 vai “aumentar as verbas para apoio ao Serviço Público de Rádio e Televisão nos Açores para um montante global de 342 mil Euros”, cooperação, que, conforme explicou, “é idêntica à que é concedida à Universidade dos Açores”.

André Bradford falava na cerimónia de assinatura do protocolo de colaboração entre o Governo dos Açores e o Centro dos Açores da Rádio e Televisão de Portugal, segundo o qual o executivo açoriano contribui para a modernização tecnológica dos serviços da RTP nos Açores, através da cedência de um conjunto de equipamentos técnicos no valor de 88 mil Euros.

Para o governante, a RTP Açores “vive um momento especial da sua vida, que enfrenta uma fase crítica que se insere num contexto que é de todos conhecido e que está na ordem do dia desde meados deste ano” e por isso mesmo, sustenta, “é que este protocolo de cedência de equipamentos técnicos ganha um simbolismo muito especial”.

O protocolo, agora assinado entre o Governo dos Açores e a RTP Açores, vem na sequência dos apoios que anualmente são concedidos ao canal de televisão regional para a modernização dos seus equipamentos técnicos que, conforme revelou André Bradford, “nos últimos anos, já somam a quantia de cerca de 800 mil Euros”, o que representa a continuidade de um “esforço e responsabilidade que se assume como sendo da Região”.

Para André Bradford o apoio do executivo açoriano à RTP Açores é “considerado um complemento à responsabilidade prioritária que está consagrada ao Estado na Lei e no Contrato de Serviço Público de Rádio e Televisão e que se traduz no seu financiamento integral”.

O governante lembra, que no contexto dos apoios à RTP Açores, “o entendimento do Governo dos Açores é que este apoio não se resume à aquisição de equipamentos”, sublinhando que ele vai muito para além disso: “Esse entendimento baseia-se no facto de se considerar que a missão da RTP Açores é de carácter estrutural e permanente”.
“A essência da acção da RTP Açores é fundamental para a coesão regional, para a interligação entre os Açorianos e para a promoção da região no todo nacional e para fora do território de Portugal”, disse.

André Bradford criticou a ideia em que “alguns insistem em fazer crer que só há um novo princípio na RTP se houver o seu fim tal como ela existe”, acrescentando que “é errado pensar-se que o remédio para os eventuais males da RTP é a sua morte e que só depois, então, haverá a ressurreição” e conclui: “Nós não partilhamos essa teoria da reincarnação das instituições”.

Na opinião do Secretário Regional, “não é preciso morrer para renascer” e como tal a resposta para os problemas na RTP está em “acarinhar o que existe, procurando modificar o que eventualmente corra menos bem e, com os recursos existentes, organizar de outra forma e fazer melhor”.

André Bradford sustenta a opinião de que a “solução não está em deixar cair a RTP para fazê-la renascer”. Essa “não é a visão que temos do problema” e adianta que o Governo dos Açores “não tem pactuado, nem pactuará com essa forma de entender os problemas” e defende o “método tradicional” que, conforme explica, se traduz “na elaboração do diagnóstico, depois do qual se deve definir a terapêutica, para, após isso, se fazer a cura dos males que existem”.

Para o secretário regional da Presidência o Governo dos Açores sempre esteve “disponível e aberto e com vontade de partilhar responsabilidades”, mas para isso, adianta, “é preciso saber do que é que se está a falar, qual é o projecto que existe para a nova RTP de que se fala”, necessidade que vai para além das “declarações dispersas e em circunstâncias várias que não nos deixam perceber que plano e que projecto existe para a RTP”.

André Bradford lembra que este processo se tem desenvolvido num contexto de alguma confusão: “num dia é uma coisa, para no dia seguinte ser outra; um dia é pela via prioritária da privatização de um canal, para, no dia seguinte já não ser; um dia é pela redução de pessoal, em termos e critérios que se não percebem e no dia seguinte dizer-se que já não haverá despedimentos”. “Assim não pode ser e desta maneira não chegaremos a lado nenhum”.

André Bradford declarou ainda que “o futuro da RTP, e da RTP Açores em particular, dificilmente se decidirá apenas através do debate político e público: a decisão desse futuro é uma missão de todos aqueles que fazem parte do projecto RTP”.

“Essa luta só será bem sucedida se todos os que fazem parte da RTP entenderem que esse é um processo de interesse comum e nesta fase esse interesse é muito mais importante do que eventuais interesses, direitos, reivindicações particulares e de sector que possam existir, que tenham razão para existir e alguns até sem razão para existir”, disse.

“Só da conjugação do esforço de todos os que fazem diariamente o serviço público e os que têm responsabilidades políticas na defesa da sua manutenção, é que pode surgir o êxito num processo que é extremamente difícil em que nos confrontamos com inflexibilidade, má vontade e algum preconceito político, não só em relação ao papel da RTP nos Açores, como também em relação à própria Autonomia”, concluiu André Bradford.


GaCS

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