sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Secretaria da Saúde acusa PSD de utilizar fornecedores como arremesso político

O Secretário Regional da Saúde acusou hoje o PSD de estar a utilizar a situação financeira da saúde como arremesso político, mas na discussão do Plano e Orçamento para 2012 não apresentou qualquer proposta no sentido de reforçar as verbas do sector.

Segundo Miguel Correia, não faz sentido os social-democratas virem agora defender os fornecedores, se em sede própria, na Assembleia Legislativa Regional, nada fizeram para resolver a situação.

O Secretário da Saúde acha também estranho que o PSD não aceite a comparação com outras entidades, como a Câmara de Ponta Delgada e as suas empresas municipais que devem milhões aos seus fornecedores, uma situação que é, de resto, do conhecimento público. “Há, neste caso, uma híper-reacção, por parte do PSD, ao teor das minhas declarações, pelos vistos por se ter tocado num ponto sensível”.

Em declarações feitas em Angra, o Secretário da Saúde voltou a sublinhar que está previsto um reforço de 36,7 milhões de euros e serão exigidas poupanças aos hospitais de cerca de 29 milhões de euros, o que será suficiente para equilibrar o sector. Também porque o défice tem vindo a diminuir.

As contas foram feitas com base, quer com base no realizado em 2010 quer na execução orçamental do 3º trimestre deste ano e portanto é uma estimativa mais correcta do que a apresentada pelo PSD.

Os social-democratas dispunham dos dados de 2010, porque lhe foram fornecidos pelo Governo, mas preferiram utilizar os dados de 2009, que já não estão atualizados.

Relativamente aos fornecedores, o Secretário da Saúde voltou a sublinhar que a situação dos Açores é melhor do que a que se verifica na Madeira e no continente. Nos Açores a dívida aos fornecedores de medicamentos, a mais de 120 dias, é de cerca de 3 milhões de euros, quando na Madeira o serviço de saúde deve às farmácias 77 milhões de euros, desde 2009.

No continente os prazos médios de pagamento são de 450 dias mas existem unidades de saúde que pagam a 900 dias, “sem que lhes seja cortado o fornecimento de medicamentos”.

Estas situações mostram que existe margem para resolver as situações dos Açores.
Por outro lado, em 2011, tal como as famílias também notaram, também aqui os bancos restringiram o acesso ao crédito e os instrumentos que existiam como o Sistema de Pagamento a Fornecedores, em que era possível pagar a 60 dias, foram altamente comprometidos.

Tivemos de fazer um esforço adicional não só para garantir o pagamento aos fornecedores de medicamentos da Região como ainda honrar com os compromissos da dívida financeira.

Esta situação ficará resolvida com o reforço de verbas previsto para o ano de 2012, voltou a frisar.


GaCS

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