quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Direcção Regional das Comunidades lança projecto "Ao colo da Língua Portuguesa"



A Directora Regional das Comunidades lançou em Montreal, na Casa dos Açores de Quebec, o projecto denominado "Ao Colo da Língua Portuguesa", iniciativa que tem o apoio do Grupo Bensaúde.

Este projecto tem o objectivo de incentivar as famílias açorianas a manter a Língua Portuguesa no lar, junto das gerações mais novas e consta de um Kit com livros infantis, que serão distribuídos sempre que a Direcção Regional das Comunidades tenha conhecimento do nascimento de uma criança açor-descendente.

Graça Castanho espera que, desta forma, "os mais novos, através destes livros, aprendam vocabulário e interiorizem estruturas gramaticais básicas do idioma luso".

Para além dos livros infantis o kit a distribuir, no âmbito deste projecto da Direcção Regional das Comunidades, integra também materiais de divulgação dos Açores e de incentivo destas famílias a visitarem os Açores.

Ainda em Montreal, nos contactos que Graça Castanho desenvolveu com as comunidades açorianas, as questões relacionadas com a deportação mereceram destaque com a responsável a lembrar que "ter um filho ou uma filha deportada não é vergonha", sublinhando que, perante este problema, "a comunidade precisa de se unir para arranjar soluções que defendam os mais novos".

A Directora Regional, no contexto das dificuldades à volta da deportação, chamou a atenção "para a necessidade de as pessoas regularizarem a sua situação" e, neste sentido, adiantou que "as Casas dos Açores são os parceiros ideais para estancar este flagelo social, uma vez que são o baluarte da açorianidade, âncora aglutinadora das gentes das nove ilhas", acrescentando que estas instituições têm a "força representativa desejada para uma maior e mais assertiva intervenção da comunidade açoriana no Canadá".

Os problemas da deportação também foram tema na reunião que Graça Castanho teve com o Embaixador de Portugal em Otava, cidade onde, igualmente, esteve reunida com os dirigentes do Centro Comunitário Amigos Unidos de Gatineau.

Em Toronto, por sua vez, Graça Castanho participou na 3ª Festa do Espírito Santo organizada pela Casa dos Açores do Ontário, onde destacou, mais uma vez, a "importância das Casas dos Açores na manutenção do património cultural dos Açores na diáspora" e defendeu que "hoje em dia, para além dessa função, as Casas dos Açores devem ser encaradas como ferramentas políticas ao serviço da afirmação identitária dos açorianos e açorianas na luta pelos seus interesses".

A Directora Regional, neste contexto, enfatizou que "hoje, mais do que nunca, face aos desafios que se nos colocam, é necessário que a comunidade emigrante actue em conjunto e em prol dos que mais necessitam".

"Temos de ter um olhar atento junto das crianças, dos jovens, dos idosos, dos doentes, dos portadores de deficiência e dos deportados", defendeu Graça Castanho.

As questões relacionadas com a deportação têm sido uma preocupação constante de Graça Castanho em toda a viagem que está a efectuar ao Canadá e na passagem pela cidade de Toronto, na Casa dos Açores do Ontário, declarou que "a deportação vai continuar no Canadá, muitas vezes sem que se faça a distinção entre criminosos e doentes mentais". Por isso a Directora Regional das Comunidades alertou para "a necessidade da comunidade açoriana se organizar informando as famílias sobre os riscos da deportação, ajudando os mais novos a naturalizarem-se e amparando aquelas que ficam sem os seus filhos e filhas".

Para além da deportação de indivíduos que chegaram ao Canadá muito novos e que se encontram legais, segundo Graça Castanho, "temos de pensar também nas pessoas que se encontram ilegais e indocumentadas, as quais necessitam também de ajuda", considerando que "muitas delas, vivendo em terras canadianas há décadas, com família constituída, correm o risco de também serem deportadas", concluiu a responsável.


GaCS/LFC

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