quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Carlos César diz que quem defende a Lagoa das Furnas defende as políticas que o Governo ali tem desenvolvido





“Respeitamos muito quem respeita a Lagoa das Furnas, quem se preocupa com ela, e todos aqueles que a defenderem estão a defender as políticas que nós temos desenvolvido para que aquele problema tenha uma boa solução”. Estas palavras de Carlos César foram proferidas aos jornalistas no Palácio de Sant`Ana após ter recebido ontem, em audiência, o Presidente da Câmara da Povoação, Carlos Ávila. Um encontro dominado pela análise do processo de eutrofização da Lagoa das Furnas, situada no concelho da Povoação, e nas acções que o Governo ali tem desenvolvido ao longo dos anos para solucionar o problema.


De facto, para o Presidente do Governo, “ o processo em causa e as acções que nós temos desenvolvido têm , evidentemente, uma tradução e resultados que são lentos e que têm a ver com gerações. Ou seja, o mal foi introduzido ao longo de gerações, e de um uso que se prolongou ao longo de muitas décadas, com particular ênfase nas últimas”.
E agora, para Carlos César, o trabalho que o Governo está a fazer é também um trabalho que se vai prolongar, do ponto de vista dos seus resultados positivos, ao longo desta geração. “O que eu desejo é que esta geração de políticas na área ambiental seja capaz de compensar e de vencer a desregulação que existiu durante os anos anteriores e devolver à sua condição saudável esse monumento natural que é a Lagoa das Furnas”, acrescentou.
Segundo explicou, este ano a questão assume uma polémica em função do elevado grau de insolação e da temperatura do ar, que esteve associado ao comportamento da massa de água.
Carlos César recordou que, nos últimos anos, particularmente a partir de 2006, o Governo tem ali desenvolvido “uma acção muito ponderada e muito criteriosa”. Que incluiu, por exemplo, a aquisição de 265 hectares de terreno que estava maioritariamente afecto a pastagem, que foram eliminados resíduos duma área de cerca de 220 hectares e procedeu-se à eliminação de estrumes e de fertilizações que corriam para a lagoa. O Governo construiu, entretanto, 10 bacias de retenção e removeu dezenas de toneladas de resíduos poluentes dos terrenos adquiridos.
O Governo evitou ainda que chegasse um afluxo sólido à lagoa em mais de 50% da sua quantidade e plantou mais de 30 hectares de terrenos declivosos e degradados em redor da lagoa, impedindo essa degradação.
O Governo tem um programa de intervenção ao nível da massa de água que tem incluído o arejamento das águas e que passa também pela remoção de várias toneladas de algas junto das margens da lagoa.
“E vamos prosseguir esse trabalho”, garantiu o Presidente do Governo.
Esse trabalho vai ser prosseguido com a continuidade do plano de aquisição de terrenos na bacia hidrográfica, com a continuidade do plano de alteração do uso dos solos e da intensidade das fertilizações nos solos que têm afluxos para a lagoa, continuar com os métodos de arejamento das águas e da aspiração de resíduos que vai ser desenvolvida ao longo do próximo ano. “Estamos neste momento já numa fase mais apurada de estudo duma aspiração ao nível de meio fundo da massa de água”, adiantou Carlos César, “que permitirá, certamente, uma melhoria muito sensível, mas que é um plano muito delicado, porque o que nós temos que fazer, basicamente, do ponto de vista da melhoria das massas de água é fazer com que aquilo que sai da lagoa não seja a parte superior, que é a parte que se encontra em condição mais saudável mas sim ao nível do meio e do meio fundo. Isso implica um investimento não só do ponto de vista financeiro mas também do ponto de vista técnico e científico, que não pode ser feito de qualquer forma”.
Carlos César considera que também a dragagem suscita problemas especiais: “nós vamos desenvolver planos de dragagem por aspiração mas não vamos proceder a uma remoção de resíduos ao nível do fundo que pode acarretar, por exemplo, problemas do ponto de vista da impermeabilização dos solos que suportam a massa de água”.
Concluindo, o Presidente do Governo afirmou que “há ali um processo que está a ser feito ao longo de anos e anos. Um processo apurado que significou, desde 2006 a 2011, um investimento na ordem de uma dezena e meia de milhões de euros, e que está a ser cuidadosamente feito, e também de acordo, evidentemente, com as disponibilidades financeiras que a Região tem, mas que não têm sido subvalorizadas face à importância do que está em causa. Acresce também que, do ponto de vista das análises que têm sido feitas à massa de água, essa evolução tem sido tendencialmente, positiva, ou seja, há uma tendência de melhoria da água da Lagoa das Furnas”.
No encontro com Carlos Ávila foram também tratados outros assuntos, desde a monitorização das questões que envolvem a situação financeira delicada da Câmara Municipal aos importantes investimentos previstos para o concelho da Povoação. São eles a protecção da escola secundária em relação talude, a protecção do talude do Bairro Visconde Botelho num investimento de mais de meio milhão de euros, os caminhos agrícolas dos Arrastadouros e da Serra do Trigo, os projectos na orla marítima da Povoação, do Faial da Terra e no porto da Ribeira Quente, onde será construído um entreposto frigorífico. O concurso para esta última obra será lançado no final deste ano ou em Janeiro de 2012.




GaCS/CT/SF

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