sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Governo Regional reafirma que a Lagoa das Furnas não corre o risco de se transformar num pântano





O Secretário Regional do Ambiente e do Mar reafirmou, esta tarde, em São Miguel, que a Lagoa das Furnas não é, de maneira nenhuma, uma lagoa perdida, nem é irreversível a situação resultante do fenómeno que a está a afectar nos últimos dias.

Álamo Meneses, que visitou a Lagoa das Furnas e que participou numa sessão pública de esclarecimento sobre a situação, precisou que se está perante uma ocorrência de grande enriquecimento de fosfatos o que leva ao aparecimento daqueles grandes desenvolvimentos, não sendo por causa disso que o futuro da lagoa se altera, não havendo qualquer risco de a mesma se transformar num pântano.

O secretário regional lembrou, a propósito, que uma situação semelhante ocorreu nas lagoas das Sete Cidades no ano de 2003, com a mesma espécie de cianobactérias e com a mesma cor, sendo que hoje, e felizmente, as referidas lagoas estão numa situação de eutrofização bastante melhor.

O governante teve oportunidade de esclarecer que os maus cheiros que foram detectados, recentemente, resultaram, justamente, da grande quantidade de algas que morrem, se afundam e entram em processo de decomposição, e que, por isso, poderão vir a verificar-se, de futuro, e que a cor das águas resulta da bactéria que predomina na altura do inicio do processo, estando agora a predominar uma espécie que dá uma coloração amarelada, tendo já ocorrido outras situações em que a água fica mais verde ou mais azul.

Para Álamo Meneses, esta é uma situação que não tem propriamente a ver com a lagoa, tem a ver, sim, com a história da sua bacia hidrográfica e com a fertilização que foi feita no passado nas suas terras. O problema da lagoa não é no que está a acontecer dentro da água, é sim aquilo que aconteceu na sua bacia hidrográfica que gerou uma quantidade tão grande de nutrientes que ainda, continuam no interior da lagoa e que, existindo condições de temperaturas mais elevadas com uma grande intensidade da radiação solar e ausência de vento, como tem acontecido nas últimas semanas em São Miguel, acabam por provocar o fenómeno natural a que se está a assistir.

O Secretário Regional do Ambiente e do Mar reafirmou que o combate à eutrofização é um processo lento, que levará alguns anos, estimando que estes fenómenos serão cada vez menos intensos e mais raros, até que desaparecerão.

No encontro com a Comunicação Social, Álamo Meneses esclareceu que a questão do arejamento não tem nenhum impacto sobre o futuro da lagoa nem sobre o desenvolvimento deste processo, limitando-se a reduzir as condições de estratificação da lagoa e a intensidade dos próprios fenómenos, não os eliminando, e confirmou que a máquina existente será reparada. A este respeito, o secretário regional referiu que a razão pela qual não tem havido grande investimento no arejamento tem a ver com o facto de estar prevista a construção de uma central reversível que ela própria terá funções de arejamento.

O governante açoriano concluiu que a grande solução para o problema da eutrofização da Lagoa das Furnas é a que está a ser feita, ou seja, a redução de nutrientes para o seu interior, cortando o mal pela raiz e acabando com as adubações nas pastagens na bacia hidrográfica o que permitirá que, em cada ano que for passando, a lagoa há-de ficar cada vez mais limpa.




GaCS/JMB

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