domingo, 13 de fevereiro de 2011

Conferência analisa repercussões da separação entre Estado e Igreja na implantação da República




Uma conferência proferida na noite deste sábado, em Angra do Heroísmo, por Susana Goulart Costa, analisou os efeitos na sociedade portuguesa, e na açoriana, em particular, da separação entre o Estado e a Igreja Católica, decidida na sequência da implantação da República em Portugal.

Partindo da premissa que aponta que a própria fundação do Estado Português só ter tido reconhecimento por bula papal, a académica sublinhou a multiplicidade de implicações que a lei da separação, publicada em 1911, teve na fechada realidade açoriana do princípio do século XX.

Numa intervenção prévia à comunicação Uma República sem Padres: a Lei da Separação de 1911 nos Açores, proferida no âmbito do ciclo de conferências subordinado ao tema Açores: 100 anos de República, o Director Regional da Cultura, lembrou a série de iniciativas promovidas pelo Governo dos Açores para assinalar o centenário da proclamação da República, realçando o contributo açoriano para a então nova realidade política nacional.

Jorge Bruno exemplificou com as duas exposições itinerantes promovidas pela Presidência do Governo “A República – Ideais e Valores” e “A República – Figuras e Factos”, que têm levado a todas as ilhas “um conjunto de conhecimentos que permitem uma reflexão mais alargada sobre o período em análise”.

Essas iniciativas abordam questões essenciais “com extrema acuidade no presente”, como, segundo enumerou, “liberdade, cidadania, igualdade, direitos sociais, emancipação da mulher, educação e tolerância” e, no caso particular da segunda exposição, procurou-se dar uma visão mais local, a nível de cada ilha, das pessoas que “lutaram por causas que consideraram justas e progressivas”.

No mesmo sentido de conhecimento se situa o ciclo de conferências promovido em todas as ilhas, com um programa inicial de, pelo menos, uma por ilha, mas que foi alargado.

Edições de livros e iniciativas aglutinadoras, como foi o caso da organização de uma escalada ao pico mais alto da República (a montanha do Pico), dirigida aos jovens do ensino secundário dos Açores, filhos de emigrantes e imigrantes, estão também no programa de comemoração açoriano da implantação da República.



GaCS/FA

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