domingo, 6 de fevereiro de 2011

Carlos César considera que os museus testemunham a história dos lugares



Ao inaugurar esta tarde, em S. Roque do Pico, as obras de requalificação do Museu da Indústria Baleeira, o Presidente do Governo dos Açores considerou que “uma terra sem museu pode ser perigosamente confundida com uma terra sem história.”

Para Carlos César, “essa é, aliás, uma boa razão para investirmos mais nessas instituições em algumas das nossas ilhas onde a dimensão e o valor da sua história bem o justifica”.

No caso presente, o governante sublinhou o papel dos três pólos do Museu do Pico na valorização do património cultural da ilha, “colaborando, decisivamente, em parceria com as mais diversas entidades públicas e privadas, na construção dessa identidade que é, com bem se sabe, tão associada aos históricos ciclos regionais da baleação e da vitivinicultura.”

Carlos César enquadrou as obras de valorização urbanística e paisagística do Museu da Indústria Baleeira, que inaugurava, na política governamental de requalificação e modernização de museus e bibliotecas, sustentando que o investimento nesses sectores “é um factor de qualificação da governação açoriana, mas é também uma resposta a necessidades de salvaguarda de um património disperso pelas ilhas e de iniciativas que não teriam desenvolvimento sem apoios públicos.”

Afirmando que, “mesmo em tempo de restrições financeiras é importante não romper com estas matrizes das políticas públicas”, o Presidente do Governo aludiu a outras obras recentemente realizadas, em curso ou já projectadas, como é o caso da construção de um Auditório no Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico, cuja empreitada espera que seja lançada a concurso ainda no corrente ano.

A intervenção levada a cabo no Museu da Indústria Baleeira permitiu a recuperação e reconversão dos edifícios da carpintaria, da tornearia-fundição, da tenda de ferreiro, do armazém de combustíveis e da garagem da camioneta – para fins museológicos, de exposição temporária, de reservas e de oficina – bem como a reabilitação paisagística de todo o logradouro interior.

“Esta reabilitação patrimonial deve igualmente ser entendida, para além da sua dimensão funcional e utilitária, como um exercício de cumplicidade e de coerência entre a herança e a inovação, entre a tradição e a modernidade”, realçou Carlos César.

Ao mesmo tempo, prosseguiu, “a instalação de um memorial na grande praça interior da Fábrica, convocando o imaginário da indústria baleeira insular e homenageando todos os homens e mulheres, actores anónimos, que fizeram parte da saga da baleação açoriana, figura como outro bom exemplo neste diálogo arquitectónico, confere ao espaço um carácter original e constitui-se como um elemento singular e diferenciador de todo o tecido edificado.”

O Presidente do Governo disse ainda que a exposição de fotografia que ali se encontra patente sobre a antiga Fábrica da Baleia de São Roque do Pico, Armações Baleeiras Reunidas, Lda. – actual Museu da Indústria Baleeira – permite uma evocação da história e “a reabilitação da memória em torno daquele que foi o maior e o mais importante complexo fabril e industrial baleeiro dos Açores.”



GaCS/CT

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