terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A estação espacial de Santa Maria autonomizou-se na operacionalização de missões espaciais



A Estação da Agência Espacial Europeia ( ESA) de Santa Maria atingiu um nível de qualidade e importância no contexto espacial internacional e, de acordo com esta avaliação, conquista autonomia operacional em missões espaciais. Este feito foi comprovado, esta manhã, pelo Secretário Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, ao visitar a infra-estrutura espacial no arranque das operações para o acompanhamento do lançamento do foguetão Arianne.

A estação da ESA iniciou já as operações de acompanhamento do voo do foguetão Arianne que lançará a mais sofisticada nave espacial de origem europeia, o Veículo de Transferência Automatizada (ATV) ‘Johannes Kepler’ que irá acoplar na Estação Espacial Internacional, e transporta combustível, comida e carga.

O ATV ‘Johannes Kepler’ vai ser lançado esta noite de Kourou, na Guiana Francesa, num foguetão Arianne, e a sua trajectória será acompanhada pela estação da ESA, em Santa Maria, durante cerca de oito minutos, período durante o qual recebe, via rádio, dados de telemetria sobre o estado do sistema do foguetão, incluindo propulsão, orientação e navegação, determinando, assim, a trajectória exacta do foguetão.

Esta missão, da das três que decorrerão ao longo do ano 2011, é a prova do papel importante da estação açoriana e comprova, sublinha José Contente, “a centralidade da estação. É com estes projectos qualificantes que afirmamos a operacionalização da nossa posição geoestratégica nesta região do Atlântico”.

O governante realçou ainda a integração de profissionais açorianos qualificados no projecto europeu levado a cabo em Santa Maria. A equipa de técnicos está a ser alargada, inclusivamente com recurso a locais qualificados, furto da operacionalização em crescendo da estação.

A propósito o Secretário Regional fez questão de sublinhar que “hoje estão aqui a trabalhar muitos técnicos, alguns são mesmo de empresas açorianas, no caso da SEGMA, e há outros técnicos que estão a trabalhar com a EDISOFT, uma empresa portuguesa, no âmbito do Centro de Vigilância Marítima do Atlântico Norte, e isso reforça o papel da ESA e da EDISOFT aqui em Santa Maria e, certamente, depois deste projecto outros virão”.

Nos próximos cinco anos a actividade da estação espacial açoriana será intensa com o acompanhamento de diferentes missões espaciais, entre as quais se destacam a participação no lançamento da constelação Galileu e também do VEGA.

“Estamos muito esperançados que o futuro projecto Galileu traga também novas valências para Santa Maria”, afirmou José Contente, acrescentando que já há várias propostas de trabalhos que apontam para esses projectos e nos quais o Governo Regional está envolvido, referindo o investimento de 25 milhões de euros nas estações de VLBI (Very Long Baseline Interfometry), ligadas à Geodesia e Radioastronomia, uma a ser colocada em Santa Maria e outra nas Flores.

“Este cluster espacial vai crescendo com sustentabilidade nos Açores”, diz o governante, assente na promoção de empregos qualificados que, por si, trazem outro tipo de potencialidades.

“É preciso não esquecer que Santa Maria está no mapa mundial com esta estação, que traz também técnicos à ilha e outras actividades económicas, como o turismo, podem ser também dinamizadas, nomeadamente com a organização de congressos e projectos de outro tipo” e que terão uma grande abrangência e importância para o futuro dos Açores, que passa também pela tecnologia espacial, acrescentou José Contente.



GaCS/VS

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