sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Governo reforça luta contra o cancro



O Secretário Regional da Saúde disse hoje que o Governo está a fazer um forte investimento em todas as facetas da luta contra o cancro.

No discurso proferido na apresentação do Registo Oncológico da Região Autónoma dos Açores, Miguel Correia disse que o cancro continua a ser um problema central de saúde pública e para o executivo regional é uma preocupação especial na medida em que afecta os açorianos e as suas famílias.

“Esta doença tinha uma letalidade muito elevada, tratamentos muito agressivos e um desconhecimento grande das suas causas e do processo do seu desenvolvimento. Apesar de se ter evoluído, quer no conhecimento da doença quer na forma de a tratarmos mais eficazmente, o cancro continua a ter um significativo impacto social e humano e a ser vivido muito emocionalmente pelos doentes e pelas suas famílias, daí que o Governo entende que todas as verbas afectas a esta área são muito bem empregues”.

E está a ser realizado um investimento como nunca se fez na prevenção primária, na prevenção secundária e na prevenção terciária.

No campo da prevenção primária, “orgulhamo-nos de ser a região do país com maior taxa de cobertura da vacina contra o HPV, que previne o cancro do colo do útero”. Os Açores registaram uma taxa de cobertura superior a 90%, quando a nível nacional foi de 50%.

A nível da prevenção secundária tem sido desenvolvido um excelente trabalho pelo Centro de Oncologia na implementação de vários rastreios.

No caso do cancro da mama, em 2009 e 2010, foram rastreadas mais de 20 mil mulheres e já se iniciou a segunda volta, em Janeiro do corrente ano.

Aliás, em 2010 foi acrescentada mais uma unidade móvel, passando a existir duas, dando, assim, uma capacidade acrescida na realização do rastreio.

No que respeita ao rastreio do cancro do colo do útero está a decorrer em todas as unidades de saúde, tendo já sido rastreadas 6.500 mulheres. Está também a ser programado o rastreio do cancro do colo rectal que chegará a todos os açorianos entre os 50 e os 70 anos, estimando-se que abranja cerca de 50 mil pessoas.

Relativamente ao registo oncológico, o Secretário Regional da Saúde disse tratar-se de um importante documento para conhecer a incidência dos vários cancros na Região dos Açores. “Com base num registo rigoroso poderemos delinear as melhores estratégias e as melhores medidas de combate ao cancro”, disse Miguel Correia.

Sublinhou, todavia, que é importante acautelar eventuais leituras comparativas com outras regiões, uma vez que este estudo é feito com todo o rigor e haverá outras localidades onde os dados não têm o mesmo grau de exigência.

O registo oncológico será ainda útil para se perceber, no futuro, o impacto das medidas que estão a ser agora implantadas.

No período 1997-2006 foram registados um total de 8465 casos de cancro na Região Autónoma dos Açores, 5.018 nos homens e 3.447 nas mulheres. Neste período, nos homens, a maior incidência foi o cancro do pulmão e da próstata, enquanto nas mulheres foi o cancro da mama.

De todas as medidas tomadas pelo Governo no âmbito da luta contra o cancro, a de maior alcance social e humano será o Centro de Radioterapia dos Açores, cuja obra se prepara para arrancar.

O Centro de Radioterapia dos Açores permitirá tratar cerca de 650 doentes por ano evitando a sua deslocação para unidades de saúde do continente e facilitando o acesso a equipamentos tecnologicamente avançados, quer a nível nacional quer a nível europeu. Este será, sem dúvida, um incontornável recurso no tratamento do cancro na Região Autónoma dos Açores.



GaCS/RC

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