quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Secretário Regional da Saúde confirma boa aceitação do trabalho dos médicos colombianos





O Secretário Regional da Saúde visitou hoje a unidade de saúde de S. José, do Centro de Saúde de Ponta Delgada, para se inteirar da actividade dos médicos colombianos recentemente contratados pelo Serviço Regional de Saúde.

Durante cerca de um mês, os oito médicos vindos da Colômbia tiveram oportunidade de conhecer o funcionamento das unidades de saúde nas suas várias facetas e agora iniciaram as consultas de forma autónoma.

Miguel Correia disse que “a avaliação é bastante positiva” e um utente que hoje teve consulta com um desses médicos confirmou que tinha sido bem atendido.

O Secretário Regional da Saúde disse também que, independentemente de uma nova avaliação que possa vir a fazer-se dentro de alguns meses, para já, os resultados são positivos e servem o propósito do Governo Regional que é “facultar um médico de família a quem não tem”.

Miguel Correia disse que é intenção do Governo continuar a contratar médicos estrangeiros, porque ainda faltam cerca de 22 médicos de família em Ponta Delgada, Ribeira Grande e Angra do Heroísmo e, apesar do esforço de formação, os novos médicos não serão suficientes para suprir as necessidades que surgirão com as aposentações que se esperam nos próximos anos. Se não se recorrer a médicos de outros países, em 2020 continuarão a faltar os mesmos 22 médicos nos Açores.

Outra solução está, neste momento, em cima da mesa das negociações do Acordo Colectivo de Trabalho que é criar um incentivo destinado aos médicos de Medicina Geral e Familiar para alargarem as listas de utentes. Esse incentivo passará por um suplemento remuneratório indexado ao número de utentes, para além da sua lista normal.

Relativamente às questões que têm surgido na imprensa sobre a competência dos médicos estrangeiros agora contratados, o Secretário Regional da Saúde voltou a lembrar que foram avaliados por professores da Universidade do Porto, ainda na Colômbia, e depois fizeram um exame à Ordem dos Médicos em Portugal e obtiveram a respectiva autorização para exercerem.

Miguel Correia disse que o importante é dar um médico a quem precisa, seja um idoso, um adulto, uma criança ou uma grávida. "É melhor o acompanhamento por um médico, neste caso estrangeiro, mas que domina completamente o português, do que não ter acompanhamento nenhum", acrescentou.

Foi dada liberdade aos Centros de Saúde para, se o entenderem, darem prioritariamente a estes novos médicos a tarefa de acompanharem a saúde do adulto, que representa cerca de 80 % das consultas. O que não invalida que, até ao final do ano, essa actividade seja alargada a todos os utentes.



GaCS/RC

1 comentário:

Anónimo disse...

Lamento informar o Sr. Secretário Regional da Saúde e os açorianos em geral que os médicos colombianos que vieram trabalhar para Portugal não são Médicos de Família (uma das muitas especialidade médicas que existem, equiparável à Pediatria, Cirurgia, Oftalmologia, etc), mas sim Clínicos Gerais, ou seja, médicos que fizeram a licenciatura em medicina mas não tiraram qualquer especialidade (que no caso da Medicina Geral e Familiar se trata de 4 anos de estudo e trabalho árduo após a licenciatura).
Assim sendo, parece-me de uma demagogia inacreditável e de uma falta de respeito indescritivel para com os médicos de família que trabalham nos Açores que esses colegas colombianos, que são na verdade médicos indeferenciados, sejam equiparados a Médicos de Família, tenham listas próprias e apesar de menos qualificados venham auferir vencimentos muito superiores aos verdadeiros Médicos de Família.
Pode ser que agora a população aplauda esta medida, mas acredito que a curto trecho venha a perceber a grande diferença que existe entre um Clínico Geral e um Médico de Família. Espero é que não seja tarde demais e que a maioria os Médicos de Família não se tenha já fartado do péssimo tratamento que tem tido da Secretaria Regional da Saúde e horríveis condições de trabalho e tenha deixado o Serviço Regional da Saúde para outras paragens em que seja melhor apreciado.
Espero que tal não venha a acontecer, para bem da população...