quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Vice-Presidente do Governo enaltece “milagre picaroto”





O Vice-Presidente do Governo afirmou esta quarta-feira que o “milagre picaroto”, que tornou possível transformar pedra improdutiva em modo de sustento, se deveu à “sabedoria e criatividade” do homem do Pico.

A ideia foi expressa por Sérgio Ávila na Madalena do Pico, onde ao final da tarde presidiu, em exercício de funções de Presidente do Governo, à cerimónia de inauguração da Exposição do Museu do Vinho.

Para Sérgio Ávila, a ilha do Pico, onde apenas 3,4% do solo é arável, “reflecte o exemplo acabado da acção da geografia sobre o curso da história”, uma realidade que “determinou a individualização do modo de vida das suas gentes”.

O governante sublinhou, porém, que se essa maldição da terra “atrasou a ocupação humana e dificultou o desenvolvimento económico” no Pico, teve também o condão de aguçar “o engenho e a tenacidade dos homens”.

Daí que a vocação vinícola constitua “o principal elemento diferenciador do Pico na paisagem agrícola dos Açores”, acrescentou o Vice-Presidente do Governo.

Segundo referiu, falar do vinho do Pico é identificar um produto económico que, até meados do século XIX, foi “um dos principais factores de internacionalização da economia açoriana.”

De resto, continuou Sérgio Ávila, a grande reputação alcançada pelo vinho do Pico foi tal que “seria difícil, hoje, avaliar a importância económica a que esse comércio do vinho deu origem”.

“Durante séculos, e na maior parte da ilha do Pico, a vinha e o vinho foram a única e a principal fonte de rendimento”, disse o governante, adiantando que, por tudo isso, a criação do Museu do Vinho na vila da Madalena deve “ser entendida como uma inevitabilidade histórica”.

Para o governante, o Museu do Vinho, graças a um conjunto de factores, tem-se vindo a transformar “em lugar de visita obrigatória, lugar de
memória e de culto, lugar de estudo, lugar de história natural”.

E porque a vinha e o vinho deram “uma imagem” ao Pico, Sérgio Ávila disse ter sido intenção do Governo, com esta iniciativa, desenvolver “um projecto museológico referenciador da nossa identidade local e regional, mas igualmente capaz de se abrir à internacionalização”.

O Vice-Presidente do Governo considerou ainda que com a reformulação do Museu do Vinho “celebramos também a epopeia do homem do Pico ao longo de séculos e a sua extraordinária capacidade de transformar pedra em vinho”.

De resto, argumentou o governante, este vinho, que “internacionalizou o Pico e os Açores no mundo”, deve ser assumido por todos nós “como uma memória, um activo económico e uma imagem de marca cultural da Região”.



GaCS/FG/HO

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